A GLOBALIZED WORLD.

A GLOBALIZED WORLD ALL FOR A PEACEFUL, GLOBALIZED AND HUMANIST WORLD! OUR DESIRE IS TO GENERATE WEALTH FOR GOVERNMENTS, NATIONS, REGARDLESS OF THEIR POLITICAL REGIME, OF THEIR RELIGIOUS IDEOLOGY! GLOBALIZATION WORKS FOR A PROSPEROUS, HUMANIZED WORLD, BETTER AND IN RELATION TO COMMODITIES AND RAW MATERIALS SUPPLIERS, AS WELL AS VALUE PRODUCTS ADDING VALUE IN THE TERTIARY SECTOR. AND BRINGING THE SUPPLIER TO THE BUYER. COLLECT PRODUCT PROPERTY AND ORIGIN TAXES. WORK FOR A FAIR AND HUMAN GLOBALIZATION; FOR AN INCOME DISTRIBUTION AT THE ORIGIN. DIFFERENT FROM PAST TIMES, TIMES, WHERE LESS DEVELOPED COUNTRIES WERE EXPLORED! SAY NO TO COLONIZATION AND SPECULATIVE DISGRACE. LET'S GENERATE INCOME AND REPUDIATE THE BLACK MARKET. HOWEVER, TODAY WE PAY THE TAXES FOR THEIR COUNTRIES; WE WILL SUGGEST THAT YOU CONTRIBUTE TO THEIR GOVERNMENTS; AND STRENGTHEN YOUR NATION. COMPLIANCE WITH ICC RULES IS GOOD. ALL FOR A PEACEFUL, GLOBALIZED, MORE HUMAN WORLD. REMEMBER IF! A HAPPY PEOPLE WILL HAVE A STRONG NATION! I WANT TO REPRESENT YOU! SELL YOUR PRODUCT AND MAKE YOUR CONTINENT, YOUR COUNTRY STRONG, IN A GLOBALIZED WORLD! MLSC-COMMODETIRS, BY MARPOLINE SERVICE Moyses Alves dos Santos de Almeida, ou Almeida Santos His commercial representative, is PAN-AFRICAN, and Lover of Globalization! Almeida Santos Global Code: 67397..., Tel. +55 28 999 225585 Tel. +55 28 999500666 Email: marpoline.logistica@gmail.com marpoline@marpoline.com.br moysesalmeida22gmail.com

domingo, 6 de abril de 2014

O que é ser Avô?

     João Baptista Herkenhoff
 
          O título de Avô é sumamente democrático. Podem ser avô o ministro, o embaixador, o industrial, o funcionário público, o comerciário, o gari. Quando o netinho ou a netinha sorri, o avô, seja rei ou súdito, rico ou pobre, brasileiro ou portador de outra nacionalidade, se desmancha de alegria. Quando o pequenino faz uma arte criativa, o avô e a avó batem palmas incondicionais.
          Dizem que avós deseducam, mas não concordo com esta tese. Por que uma criança não tem direito de dar mel ao gatinho, jogar pela janela os selos que o avô ciosamente colecionava, tirar do armário a grinalda que lembra à avó o dia do casamento para desfilar garbosamente pela casa com aquela coroa na cabeça? Os adultos comuns, adultos ordinários, estabelecem regras autoritárias que os avós, adultos especiais, adultos extraordinários, com muita sabedoria, revogam.
          Como será o mundo que a netinha que me fez avô encontrará, quando se tornar adulta? Será um mundo civilizado, um mundo de Paz? Ou será um mundo que governantes imbecis, financiados por fabricantes de armas, transformarão em cenário de guerra? Como será o Brasil do amanhã? Um Brasil regido por padrões de Justiça Social, onde Mães deem filhos à luz com segurança, em hospitais públicos de excelente qualidade, confiantes do futuro, ou um país onde a Mãe, para livrar a criança da fome, aborta a vida nascente?
          Os avós não são importantes apenas no círculo da família. Exercem também um papel relevante na sociedade. Transmitem às gerações seguintes a experiência que a vida proporcionou. A experiência não é para ser guardada como bem individual. É patrimônio coletivo, como muito bem colocou o filósofo inglês Alfred Whitehead
          A aposentadoria é um direito assegurado por anos de trabalho, mas não tem de implicar, necessariamente, em encerramento de atividades. Pode apenas sinalizar redução de compromissos exigentes. São múltiplas as novas experiências possíveis. Que cada um encontre seu caminho. Que a sociedade não cometa o desatino de desprezar a sabedoria dos mais velhos.
          Quando me aposentei, por tempo de serviço, na magistratura e no magistério, fui tomado por uma crise de identidade. O vazio manifestou-se forte quando tive de preencher a ficha de entrada num hotel. Se estava aposentado como juiz e como professor, qual profissão me identificaria? "Ser ou não ser", eis a questão.  Shakespeare, pela boca de Hamlet, percebeu a tragédia humana antes de Freud.
Ah, sim. Já sei. E escrevi na ficha do hotel, resolutamente: Professor itinerante, autodefinição que me fixou um itinerário de vida pós-aposentadoria.
 
João Baptista Herkenhoff é magistrado aposentado, Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo e escritor. Autor, dentre outros livros, de: Filosofia do Direito (GZ Editora, Rio de Janeiro).
 
É livre a divulgação deste artigo por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.

domingo, 23 de março de 2014

João Baptista Herkenhoff

Tráfico humano
 
                                              João Baptista Herkenhoff
 
          Quando estudamos a História do Brasil aprendemos que a abolição da escravatura ocorreu em etapas. Primeiro foi abolido o tráfico de escravos (1850). Depois foi promulgada a Lei do Ventre Livre, em benefício dos filhos de escravos (1871). Veio depois a Lei dos Sexagenários que libertava da escravidão os idosos (1885). Finalmente, em 13 de maio de 1888 a abjeta escravidão foi totalmente proscrita de nosso país.
          Se assim é contada nossa história, o que é esse tráfico humano que a Campanha da Fraternidade deste ano denuncia? Ainda existe o tráfico de pessoas em terras brasileiras, já que o tráfico foi abolido em 1850?
          Infelizmente a resposta à indagação é afirmativa.
          Crianças são traficadas para extração e comércio de órgãos. Mulheres desprovidas de um mínimo de informação são iludidas com promessas de bem estar e traficadas para a prostituição. Trabalhadores são deslocados do lugar onde vivem e transportados para outros territórios a fim de serem explorados como escravos. Não se trata de uma fantasiosa história de terror, mas de um fato concreto que os Bispos brasileiros, com a reputação conquistada pelos serviços prestados ao povo, certificam, denunciam e condenam, conclamando todas as pessoas de caráter a uma tomada de posição. Sim, não se trata de conclamar os cristãos, e muito menos os católicos. Não é preciso ser católico ou ser cristão para dizer peremptoriamente: basta, isto não pode continuar.
          Para o homem religioso o tráfico humano é uma blasfêmia, é ofensa ao Deus Criador. Para o homem que guarda princípios éticos, sem professar uma crença, sem se filiar a um credo, o tráfico humano é uma ignomínia que não pode ser tolerada.
          Mas não basta protestar e indignar-se. É preciso exigir providências para que o tráfico humano desapareça dos horizontes nacionais.
          Sejam cobradas ações efetivas dos Poderes Executivo e Legislativo. Que se exijam posições firmes e rigorosas do Ministério Público. Que o Poder Judiciário, devidamente provocado, não se cale, nem transija. Que a sociedade civil como um todo assuma sua grande parcela de responsabilidade.
          O que não se pode admitir é a atitude de passividade e silêncio, quando sabemos que existem seres humanos tratados como mercadoria. E até pior do que mercadoria porque as mercadorias são guardadas e conservadas para que não se deteriorem, enquanto pessoas humanas vítimas de tráfico são expostas à perda da condição humana, à destruição, à doença e à morte.
          Se aqueles que são vítimas do tráfico nem protestar podem, sejamos nós a voz dos que não têm voz, de modo que nosso grito de revolta ecoe de norte a sul.
 
João Baptista Herkenhoff, magistrado aposentado e Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, é palestrante pelo Brasil afora. Acaba de publicar Encontro do Direito com a Poesia – crônicas e escritos leves (GZ Editora, Rio).
 
É livre a divulgação deste artigo, por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.

quarta-feira, 19 de março de 2014

MARINTEC SOUTH AMERICA- NAVALSHORE NEWS

Para visualização on-line
MARINTEC SOUTH AMERICA- NAVALSHORE NEWS 11 DE MARÇO DE 2014
Post Show Lista de Expositores Mapa do Evento Contato

Marintec South America – 11ª Navalshore supera a marca de 2013 e registra mais de 80% de espaços comercializados

Além disso, o evento já possui 13 pavilhões internacionais confirmados o que demostra o interesse da indústria internacional pela cadeia da indústria naval brasileira.

Leia mais




 
 

 
O Evento fecha parceria com Abenav e Sinaval

A ação tem como objetivo impulsionar a geração de negócios entre os principais players do setor.

Leia mais



DEPOIMENTO

“O evento contribui com este momento extremamente importante para a indústria naval, porque é a oportunidade das empresas buscarem o máximo de informação para acessar este mercado aquecido e promissor”, Augusto Mendonça, presidente da Abenav.

 

sábado, 8 de março de 2014

Quaresma, tempo de refletir

                      João Baptista Herkenhoff
          Quando criança, em Cachoeiro, o ritual das cinzas me assustava. O sacerdote, fazendo uma cruz, colocava partículas das cinzas na testa dos fiéis, que se postavam em fila. Não eram as cinzas que me causavam arrepio, mas a frase fúnebre, pronunciada com augusta solenidade: “Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris.” (Lembra-te, homem, de que és pó e em pó te hás de tornar).
A Quarta-Feira de Cinzas assinala o início da Quaresma. Não só a Igreja Católica celebra o tempo quaresmal. Também a Igreja Luterana, a Igreja Presbiteriana, a Igreja Anglicana e outras Igrejas Cristãs debruçam-se, com reverência, nesta quadra do calendário, à face do mistério do Cristo que foi crucificado e ressuscitou.
Algumas Igrejas Cristãs, que guardam a Quaresma, não adotam o ritual da imposição das Cinzas, uma tradição católica que leva milhões de pessoas às igrejas, pelo mundo afora.
          Nestes tempos de Ecumenismo, de um Papa profundamente ecumênico, todos os cristãos devem dar as mãos para construir um mundo mais humano.  O Cristo pediu a unidade, o Cristo quer a unidade, o Cristo é a unidade.
          Para além do domínio cristão, creio que celebram a memória do Crucificado, mesmo sem pronunciar Seu Nome (Mateus, 7, 21), todos aqueles que abominam as exclusões e as discriminações, todos que lutam para construir um mundo de Fraternidade.
          A promessa de Jesus Cristo, na última Ceia, não pode, de forma alguma, encerrar-se nos arraiais da fé católica.
Onde se celebre a Ceia cristã, em memória do Ressuscitado, na Esperança do advento do Reino definitivo e na luta pelo Reino provisório, que deve ser um Reino de Justiça, ali se repete a Ceia do Senhor.
          Eucaristia e Justiça são inseparáveis.  Comunga o Senhor Jesus quem comunga o Irmão, quem socorre o fraco, quem enfrenta a onipotência do opressor, quem se solidariza com o oprimido.
          Jesus Cristo pode estar em toda parte.  Mas o Cristo está sobretudo no meio dos operários, nas favelas, nos hospitais, nas prisões. Ali onde estão os pequeninos, os desabrigados, os marginalizados, ali está o Cristo Libertador, como anúncio de Esperança, consolo dos aflitos, auxílio dos que sofrem.
          O livro do Deuteronômio contém este preceito:
          "Buscarás a Justiça, unicamente a Justiça, para que possas viver".
          Buscarás a Justiça, e não apenas aprovarás ou aplaudirás a Justiça — esta é a advertência do Profeta.
          Na segunda parte do versículo temos a conclusão:  para que possas viver.
          A Justiça é condição de sobrevivência.  Só uma sociedade justa pode sobreviver.
João Baptista Herkenhoff é Juiz de Direito aposentado (ES) e escritor. E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br
É livre a divulgação deste artigo por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Multiplicando informação

Edital Publicado Petrobras Aprova Concursos
Estão abertas as inscrições para o concurso da Petrobras. São 100 vagas e 1.132 oportunidades em cadastro de reserva distribuídas em diversos cargos para lotação em 10 estados: AM, BA, CE, MG, PE, PR, RJ, RN, RS e SP. Remunerações de R$ 3.400,47 a R$ 8.081,98.
As inscrições devem ser feitas no site da Cesgranrio até o dia 17 de março de 2014. A prova objetiva será aplicada no dia 18 de maio.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

João Baptista Herkenhoff

Juízes no interior
 
                                            
          Recebi há poucos dias, por via postal, dois documentos de grande significação, remetidos por Antônio Borges de Rezende, que foi Prefeito Municipal em São José do Calçado (ES).
          O primeiro documento refere-se ao ato de sua diplomação como Prefeito eleito. É datado de 8 de dezembro de 1970 e foi assinado por mim, então Juiz Eleitoral, e pelos dois cidadãos que comigo integravam a Junta Eleitoral daquela comarca: Professor Aderbal Ferreira Diniz e Doutor Epaminondas Gomes Moreira. O segundo documento é uma foto da solenidade de diplomação, quando o magistrado declara eleito aquele que, pelo voto popular, foi escolhido para dirigir os destinos da comuna. Nessa foto, além do Juiz e do Prefeito, aparece também o cidadão José Vieira de Rezende, uma figura importante na História do Município. Já se vão quarenta e quatro anos do dia em que essa foto foi batida, motivo pelo qual, tanto o Juiz, quanto o Prefeito, eram então muito jovens.
          O recebimento dessas duas reminiscências históricas, faz-me relembrar os tempos vividos em São José do Calçado, onde fui, não apenas Juiz de Direito. Eu e minha mulher Therezinha fomos professores do Colégio de Calçado, fundado pela Professora Mercês Garcia Vieira, em 1939, e encampado pelo Governo Estadual em 1959. Participávamos da vida da cidade, de tudo que ali se fazia em benefício do povo. Seguindo a trilha de Homero Mafra, que tinha deixado entre as pedras dos Pontões a sua marca, colaborei com frequentes artigos no semanário “A Ordem”. Tempos gloriosos em que o Juiz não era somente aquele que, no forum, decidia as contendas, ouvia as partes, proferia sentenças. O juiz era um líder, um incentivador do progresso, um agente da cultura e dos avanços sociais.
          Certamente os tempos são outros, tudo mudou. Mas não me parece que devam os juízes de hoje abdicar de seu papel social, colocando-se à margem das comunidades. Não devem restringir sua ação ao expediente forense.
          Muitos dos atuais integrantes da magistratura capixaba foram meus alunos na UFES. Pelo menos a estes posso aconselhar. Não se sintam desobrigados de seus deveres exercendo dignamenrte a judicatura. Este é, sem dúvida, o mais importante compromisso. Entretanto, com boa vontade e idealismo é possível oferecer um “algo mais” aos jurisdicionados e ao povo. Este “algo mais” não vai subtrair nada da função judicante. Muito pelo contrario, a função judicante será enriquecida por esse suplemento de trabalho e dedicação. Quando o juiz transitar pelas ruas. o cidadão, ao divisar sua figura, não pensará apenas “ali está o juiz”. Com respeito e afeto seu pensamento irá além: “ali está o juiz, que é professor dos meus filhos”.
 
João Baptista Herkenhoff, Juiz de Direito aposentado (ES), professor e escritor. Acaba de publicar Encontro do Direito com a Poesia – crônicas e escritos leves. (GZ Editora, Rio de Janeiro).
 
É livre a divulgação deste artigo por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Petrobras terá de rever projetos no pré-sal do ES

Quase todos os campos do Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos, contém um único reservatório do pré-sal. A partir desta conclusão e com justificativas técnicas e contratuais, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deu seis meses para a Petrobras apresentar um novo Plano de Desenvolvimento para o Campo de Jubarte sob pena de perder a concessão.

O novo documento deverá incorporar diversos outros campos do Parque das Baleias, que serão considerados a partir de agora áreas do Campo de Jubarte. São eles os campos de Baleia Anã, Baleia Azul, Baleia Franca, Cachalote, Caxaréu, Jubarte e Pirambu. A decisão foi tomada em reunião de diretoria de 5 de fevereiro.

Descoberto em janeiro de 2001, o Campo de Jubarte já tinha um Plano de Desenvolvimento aprovado desde 2003.

Devido às mudanças, a agência determinou que a cobrança das participações governamentais da concessionária e a sua distribuição aos beneficiários legais tenha os novos efeitos contemplados a partir da produção de março para os royalties e a partir da produção do segundo trimestre de 2014, para a participação especial (PE).

A ANP também está investigando se houve irregularidades na operação do Campo de Baleia Franca. Com isso, determinou que a Superintendência de Desenvolvimento e Produção (SDP) autue a Petrobras para que sejam apurados indícios de que a empresa não teria autorização para iniciar a produção na área.

O Parque das Baleias contribuiu de forma expressiva para o aumento das reservas provadas no pré-sal em 2013. Da incorporação de reservas do pré-sal no ano passado, 65% se originaram das concessões de Lula, Lula/Área de Iracema e Sapinhoá, na Bacia de Santos, e 35% das concessões do Parque das Baleias e Marlim Leste, na Bacia de Campos.

Devido a sua importância, a Petrobras tem investido no local. Para este trimestre, está prevista a entrada em produção da plataforma P-58 no norte da área. A unidade, que entraria em operação em 2013, iniciou fevereiro em fase final de instalação. Em 2012, a empresa também colocou em operação, no Campo de Baleia Azul, a plataforma Cidade de Anchieta. O plano de negócios 2013-2017 prevê ainda uma nova plataforma em 2018.

Fonte: Valor Econômico/Marta Nogueira | Do Rio

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014


Salve o Carteiro




                                              João Baptista Herkenhoff

          Este mundo precisa das mais diversas profissões e ofícios, todos credores de valorização e respeito, desde que desempenhados com honestidade.
          Por este motivo, em nossos artigos temos exaltado múltiplas atividades humanas: o fotógrafo, o sacerdote e o guia religioso em geral, o psicanalista, o professor, o jornalista, o escritor, o empregado doméstico, o politico, o ambientalista, o jardineiro, o ator, o músico, o médico, o jornaleiro, o bibliotecário, o magistrado, o advogado, o policial.
Se o jardineiro não cuida das flores, a cidade será insípida e sem alma.
Se os músicos não comparecem no coreto da praça, a gente sofrida não poderá se despedir da dor “pra ver a banda passar cantando coisas de amor” (Chico Buarque).
Nesta página desejo homenagear o carteiro.
Se o carteiro não entrega as cartas, o avô não receberá o cartão que, de terras distantes, a neta lhe envia.
Não foi sem motivo que Pablo Neruda atingiu culminâncias em “O Carteiro e o Poeta”. Numa remota ilha do Mediterrâneo, um carteiro recebe a ajuda do poeta Pablo Neruda para, através da Poesia, conquistar o amor de Beatrice, a eleita. O carteiro, que era o mediador da correspondência do Poeta, aprende, aos poucos, a traduzir em palavras seus sentimentos pela amada. Em troca, Mário, o carteiro, foi o interlocutor do Poeta, mostrando-se capaz de ouvir suas lembranças do Chile e compreender as dores do exilado.
Sou do tempo das cartas por via postal, que carregavam um certo mistério.
Aderi à internet pela praticidade da comunicação através deste grandioso invento, mas tenho saudade das cartas de antigamente.
Os e-mails também podem transmitir sensibilidade, mas as cartas tinham um sabor especial.
Guardo todas as cartas que recebi de minha esposa quando éramos namorados.
Como ela também guardou as que mandei, temos em nosso arquivo todas as cartas que trocamos.
          Reli, nestas férias, “Cartas do Pai”, escritas por Alceu Amoroso Lima para Maria Teresa, sua filha freira. Nessa correspondência, Alceu, cujo pseudônimo literário era Tristão de Athayde, examina os fatos do dia, no Brasil e no mundo, com aquele olhar de Fé que o caracterizou sempre.
          A publicação das “Cartas do Pai” foi o resgate da travessia terrena de uma das mais dignas figuras da história contemporânea brasileira. Coerente, intrépido, comprometido com o bem comum, Alceu personificou durante sua vida esse catálogo de virtudes cívicas através das quais é possível construir uma verdadeira Nação.
          Salve o carteiro, este trabalhador que transforma as cartas em poemas, as folhas de papel em flores perfumadas, o insípido da vida em alegria transbordante.

          João Baptista Herkenhoff, 77 anos, juiz de Direito aposentado (ES), professor e escritor.

É livre a divulgação deste artigo por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Tolerância religiosa

 
                                                          João Baptista Herkenhoff
 
          É sempre oportuno refletir sobre o diálogo entre as crenças e a possibilidade de ações em comum baseadas em ideais éticos partilhados por numerosas religiões. 
          Houve um tempo em que o Brasil era um país de maioria solidamente católica. Hoje as religiões adotadas pela população brasileira diversificaram-se grandemente. Inúmeras crenças cristãs, que não apenas a religião católica, têm amplo número de adeptos.  Religiões africanas e indígenas, que uma visão equivocada de Cristianismo pretendeu sufocar, ressurgem como afirmação da dignidade de raças oprimidas. O Judaismo, o Islamismo, o Budismo, o Taoísmo, o Confucionismo estão presentes no mosaico religioso do Brasil contemporâneo.
          Ouvi de Dom Luís Gonzaga Fernandes, que foi Bispo no Estado do Espírito Santo, esta singela colocação: “toda verdade, toda Justiça provém de um único Deus, um Deus com muitas faces, um Deus com muitos nomes.”
          Em período de estudos que passei na França, tive especial interesse pela questão das religiões em face dos desafios éticos. Li inúmeros autores. Dialoguei com crentes de diversas confissões. Concluí que as maiores religiões e sistemas filosóficos da Humanidade afinam, nos seus grandes postulados, com as ideias centrais que caracterizam um conjunto de princípios que poderíamos denominar como Ética das Relações Humanas Fundamentais.
          Cornelius Castoriadis observa que as religiões em geral têm uma pretensão universalista, no sentido de que sua mensagem endereça-se à Humanidade inteira. Não obstante esse caráter "universalista da religião", acreditamos que um elo de compreensão pode estabelecer-se através do diálogo e da tolerância.
          Os valores do Bem, da Justiça, da Fraternidade são reverenciados nas mais diversas tradições religiosas da Humanidade. Não são monopólio do Ocidente ou propriedade cristã, e muito menos pertencem a um credo particular.
          Que haja comunicação entre as diferentes crenças, entre as pessoas que aderem a essas crenças. Não se trata da falsa comunicação, totalitária e impositiva. Trata-se da verdadeira comunicação, baseada no respeito ao outro e na abertura para ouvir. É a esta comunicação que se refere François Marty. É a comunicação bipolar, que supõe um elo entre as pessoas que se falam.
          Que haja humildade. Só a humildade permitirá às Igrejas a aceitação da historicidade de suas formas concretas de existência. 
          No que se refere aos católicos, tudo indica que o Papa Francisco ampliará o abraço fraterno de todos os crentes.
No Brasil, de maneira particular, será de bom conselho o comportamento tolerante em matéria religiosa. Que cada um siga sua consciência e respeite a consciência do próximo.
 
João Baptista Herkenhoff, Juiz de Direito aposentado (ES), professor e escritor. E-mail: jbherkenhoff@uol.com.br
 
É livre a divulgação deste artigo por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Japão pode influir mais do que a China em 2014

Por muitos anos, o único assunto sobre a economia da Ásia que realmente importava era a China. Motor do crescimento da região por dez anos ou mais, o país era o fator determinante da temperatura econômica no continente - e até no mundo. Neste ano, a China deverá ter concorrência. Agora, o maior interesse talvez seja saber como a economia do Japão vai se sair.

O país está em meio a um experimento radical de política monetária, tão ousado que recebeu um novo e rebuscado nome: afrouxamento monetário quantitativo e qualitativo (QQE, na sigla em inglês). Este será o ano em que se vai descobrir se funciona ou não. Há três possibilidades. A primeira é que o QQE, cujas metas incluem dobrar a base monetária em dois anos, venha a se dissipar. A inflação, então, voltaria para perto de zero. A segunda possibilidade é ainda mais grave: o risco de a "Abeconomia" - como foram apelidadas as políticas do primeiro-ministro, Shinzo Abe - cair em um "Abegedon". A inflação ficaria descontrolada, os juros disparariam e o capital fugiria para fora do país. A terceira é que o QQE funcione. Nesse caso, o Japão passaria a ter uma inflação sustentável de 2% ao ano e o crescimento poderia chegar a 1,5%.

Frederic Neumann, do HSBC, diz que os dois motores do crescimento asiático recente - o custo barato do dinheiro do Federal Reserve e a expansão chinesa - estão perdendo força. "Mas há uma terceira força [...] que vai exercer mais influência sobre a região em 2014 do que em muitos anos: o Japão".
Fonte: Valor Econômico/David Pilling | Financial Times

Petrobras: Reservas provadas no pré-sal cresceram 43%


SÃO PAULO - A Petrobras informou ontem, quarta-feira, 15, que suas reservas provadas no pré-sal em 2013 cresceram 43% quando comparadas ao ano de 2012. Segundo o comunicado da estatal, desde 2007 a companhia vem incorporando volumes crescentes às suas reservas provadas oriundas da camada pré-sal, que se estende do sul do estado do Espírito Santo até o estado de Santa Catarina.

Ainda conforme a nota, atualmente, mais de um quarto das reservas provadas da Petrobras são provenientes do pré-sal. "Em 2013, a perfuração de 42 poços nesta camada do pré-sal, associada ao excelente desempenho das plataformas em produção nas Bacias de Campos e Santos permitiu este crescimento de reservas em 43%", afirma a estatal. "É importante destacar que o aumento das reservas ocorre em paralelo com uma produção crescente na camada do pré-sal", acrescenta.

A estatal destaca que, no último dia 13, entrou em operação, com uma produção de 28 mil barris de petróleo por dia, o segundo poço produtor da plataforma Cidade de Paraty, no campo de Lula, totalizando 58 mil barris de petróleo por dia nesta plataforma. "Em decorrência, em 14 de janeiro de 2014, alcançou-se um novo recorde diário, no qual a produção de petróleo operada pela Petrobras no pré-sal superou o patamar de 390 mil barris de petróleo por dia", afirma. "O recorde anterior foi estabelecido em 24 de dezembro de 2013, com 371 mil barris de petróleo por dia."

Além disso, segundo a Petrobras, das duas bacias em produção do pré-sal, a de Campos e a de Santos, esta última contribui com 51% deste recorde de 390 mil barris de petróleo por dia, com a operação de nove poços produtores, "comprovando a elevada produtividade dos campos descobertos na camada pré-sal".

A Petrobras ressalta ainda produtividade média por poço em operação comercial, no Polo Pré-sal da Bacia de Santos, tem sido da ordem de 25 mil barris de petróleo por poço por dia, "maior do que a
registrada no Mar do Norte (15 mil barris de petróleo por poço por dia) e no Golfo do México (10 mil barris de petróleo por poço por dia)". A produção acumulada nos campos da camada pré-sal, iniciada em 2008, já ultrapassou a marca de 290 milhões de barris de óleo equivalente (boe). "Desta forma, alcançamos em 6 anos de produção no pré-sal quase o dobro da acumulada em 35 anos de produção do campo de Garoupa (156 milhões de barris de óleo equivalente), localizado na Bacia de Campos."

A estatal afirma também que, em 2014, no Polo Pré-sal da Bacia de Santos, 17 novos poços serão interligados às plataformas já instaladas.

No segundo semestre de 2014, diz a Petrobras, duas novas plataformas entrarão em produção no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos: a plataforma de Cidade de Ilhabela no campo de Sapinhoá Norte, e a plataforma de Cidade de Mangaratiba no campo de Iracema Sul, acrescentando 300 mil barris de petróleo por dia na capacidade de produção instalada no Pólo Pré-sal da Bacia de Santos. Nestas duas novas plataformas serão interligados outros cinco novos poços em 2014.

"A entrada em operação destas duas novas plataformas (Cidade de Ilhabela e Cidade de Mangaratiba) e o início de operação dos 22 novos poços produtores em 2014 contribuirão para o alcance de novos recordes de produção no pré-sal ao longo deste ano", afirma a estatal, no comunicado.
Fonte: EULINA OLIVEIRA - Agencia Estado

Concessões de infraestrutura entram na fase mais complexa

O governo conta com os investimentos em infraestrutura para turbinar a economia neste ano, embalado pela expectativa de que as concessões realizadas no ano passado vão render frutos rapidamente e abrirão espaço para novas operações em 2014.

Balanço feito recentemente pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda contabilizou que os 18 leilões de concessões realizados no ano passado vão acarretar R$ 80,3 bilhões em investimentos. Mas esse valor apreciável não será desembolsado de uma só vez e sim ao longo do período da concessão, que tem variado de 25 a 30 anos, o que significa pouco menos de R$ 3 bilhões por ano.

Além disso, os desembolsos ainda nem começaram. A primeira rodovia cuja licitação foi bem-sucedida, a BR-050, que vai de Goiás a Minas, só foi assumida pelo grupo vencedor da concessão, o MGO, nesta semana, três meses depois do leilão. As rodovias envolvem o maior volume em investimentos entre as concessões de 2013, depois naturalmente do campo de Libra. Foram cinco rodovias leiloadas no último quadrimestre do ano, somando R$ 28,7 bilhões em investimentos.

Com os aeroportos licitados em 2013, o Galeão e Confins, operações que acarretarão R$ 7 bilhões em investimentos, acontece a mesma coisa. Os novos concessionários do Galeão, que receberá investimentos de R$ 4,3 bilhões, só vão assumir o aeroporto depois da Copa do Mundo. Agora o governo mostra interesse em antecipar a assinatura do contrato para que os novos concessionários façam obras de emergência nas escadas rolantes, banheiros e sinalização para atender o aumento do fluxo de passageiros causado pela Copa.

Apesar de o governo ter motivos para comemorar o balanço final das licitações de 2013, que acabaram dando bons resultados depois que foram revisadas as condições de taxas de retorno, prazos e financiamento, isso não significa que o caminho agora está aberto a novas operações.

Na verdade, ficaram para este ano alguns problemas difíceis de digerir. Os trechos de rodovias a serem licitados neste ano são mais complicados porque exigem mais investimento. Por isso, podem ser divididos em trechos menores, serem administrados em parceria público-privada ou até continuarem nas mãos do governo federal.

Mais complexas ainda são as concessões de portos e ferrovias A intenção era leiloar todas as instalações de portos ainda no ano passado, que acarretariam R$ 45 bilhões em investimento. Mas só cinco terminais de uso privado foram licitados, envolvendo R$ 2,4 bilhões em investimento.

Depois de muita discussão com o mercado, as licitações preparadas para os portos de Santos e do Pará foram paralisadas por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que impôs 19 condicionantes para a realização do leilão. Em muitas outras ocasiões, o TCU não brecou o processo de licitação enquanto os problemas eram resolvidos. O governo recorreu, conseguiu a mudança do relator, a ministra Ana Arraes, mas o restante ainda precisa ser resolvido.

No caso das ferrovias, várias alterações nas regras foram feitas, sem muito sucesso na tentativa de aplainar o caminho. Até o risco de mercado foi eliminado porque a Valec vai comprar toda a capacidade de transporte das linhas e revendê-las. Mas agora as queixas passaram a ser dirigidas ao "risco Valec" que, apurou o Valor (9/1), pode ser neutralizado por um fundo de garantia. A expectativa é leiloar ainda este ano dois trechos de ferrovias importantes para o agronegócio, um deles de Lucas do Rio Verde (MT) a Campinorte (GO) e outro de Açailândia (MA) a Barcarena (PA)

Na energia, os grandes projetos do rio Tapajós, como a usina São Luiz do Tapajós, a última grande do país, estão com os estudos atrasados e pendentes de questões ambientais e indígenas. Mas deve sair o linhão que interliga Belo Monte (PA) ao Sudeste, com investimentos estimados em R$ 5,1 bilhões.

O quadro não sustenta, portanto, grande otimismo a respeito do impacto positivo a curto prazo das concessões na taxa de investimento, que tem ficado entre 18% e 19% do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos. O BNDES estima que as concessões possam levar a taxa de investimento a pouco mais de 22% do PIB em quatro ano. O resultado dessa aposta depende, porém, que as concessões deslanchem efetivamente, inclusive nos portos e ferrovias.
Fonte: Valor Econômico/

Ferrovia da Soja pode gerar desperdício de R$ 338 milhões com uso de "supertrilho"

A ferrovia que promete inaugurar os leilões do setor, no primeiro semestre de 2014, pode ter um gasto "inútil" de mais de R$ 300 milhões em sua construção. O problema foi apontado pelos técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU), mas desconsiderado pelos ministros do órgão de controle.

O desperdício seria causado pela falta de padrão entre os trilhos das novas ferrovias previstas para o país. O relatório indica que o projeto da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), entre os municípios de Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (GO), exige trilhos dimensionados para resistir a 37,5 toneladas de carga por eixo dos vagões. Esse é o padrão de todas as novas concessões do setor. No caso da Fico - conhecida como Ferrovia da Soja por atravessar um dos maiores polos produtores de grãos do planeta -, a escolha pode ser inócua: todos os trens vão desembocar na Ferrovia Norte-Sul, onde o limite dos trilhos se restringe a 32,5 toneladas por eixo. Por isso, os técnicos do TCU argumentam que "inexiste justificativa" para uma densidade de carga mais alta e sugerem a troca dos trilhos exigidos no edital. Essa mudança, nos cálculos do tribunal, geraria uma redução de R$ 338,7 milhões nas obras civis.

Em resposta aos auditores do tribunal, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) argumentou que o dimensionamento da ferrovia para uma carga mais pesada permitiria "melhoria dos ciclos de manutenção da via" e "aumento da capacidade de transporte".

A alegação não convenceu a equipe do TCU. Os auditores entenderam que a manutenção dos trilhos está mais relacionada à "dureza do material". Quanto ao aumento da capacidade de transporte, frisaram que os próprios estudos do governo apontam a utilização máxima de 53% do potencial da ferrovia, isso no último ano de concessão. Haja ou não prejuízos diretos por conta do custo dos trilhos, é fato que a instalação de um material diferente daquele já adotado na Norte-Sul vai acelerar, inevitavelmente, o processo de desgaste da ferrovia conhecida como a "espinha dorsal" do sistema ferroviário, caso vagões sejam carregados até o limite de 37,5 toneladas. O problema pode encurtar a vida útil dos trilhos da Norte-Sul, gerando mais custos de manutenção, e isso não se restringe à Fico. Outras malhas ferroviárias desenhadas pelo governo também se ligam ao seu traçado.

Apesar das explicações, o relator do processo, Walton Alencar, preferiu acatar as justificativas da ANTT e do Ministério dos Transportes. Alencar disse reconhecer "a intenção de uniformizar a capacidade de carga das ferrovias brasileiras, com vistas a viabilizar futuras demandas de transporte, que exijam maior densidade de carga dos trilhos". Não ficou claro, porém, como a exclusão da Norte-Sul entra nessa uniformização. Os demais ministros seguiram o voto do relator sobre esse ponto específico.

Em resposta ao Valor, o Ministério dos Transportes e a ANTT seguiram a mesma linha de raciocínio. "A ANTT reafirma a necessidade de adequar as ferrovias brasileiras à tendência mundial de projetos com dimensionamentos mais robustos das superestruturas, que possibilitem ciclos de manutenção mais estabilizados e o aumento da capacidade de transporte de vagões", afirmaram, em nota conjunta.

O Programa de Investimentos em Logística (PIL), segundo ministério e agência, vai resultar em um sistema de transportes com maior capacidade de planejamento e articulação. "É de fundamental importância, portanto, que os projetos de engenharia contemplem não apenas as demandas presentes, mas também sejam adequados aos possíveis aumentos de demanda a médio e longo prazos bem como eventuais ampliações nas malhas ferroviárias".

Para o TCU, diversas decisões do governo estouraram o preço da obra. Os auditores dizem que o custo da Fico é de R$ 4,4 bilhões, o que significa que os cálculos da ANTT estariam superestimados em 44%.

Fonte: Valor Econômico/Daniel Rittner e André Borges | De Brasília

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

           
Espírito de Natal
 
                                                                      João Baptista Herkenhoff
 
          Gosto de reuniões de família no Dia de Natal.  Essas reuniões, a meu ver, guardam plena sintonia com o espírito natalino.  Não é fraterno que se reúnam, em torno de uma mesa, aqueles que se amam?
  Mas penso nos milhões de irmãos que não podem desfrutar desse encontro.  Penso nos que estão presos, nos que padecem em hospitais, nos que não têm nem teto, nem terra, nem pão, nem abrigo.  Penso nos que estão excluídos do modelo social e econômico vigente, tão distante da proposta evangélica.
          O Natal de minha infância tinha Missa do Galo à meia noite. Tinha presépio que os irmãos – todos juntos – montávamos, colhendo pedrinhas e arbustos nas margens férteis do Rio Itapemirim.
Nos dias que precediam o Natal vivíamos um clima de espera naquela casa acolhedora da Rua Vinte e Cinco de Março, em Cachoeiro. Espera do presente de Natal, dos abraços, dos Avós que vinham comemorar conosco a grande data.
Sempre visitávamos os presos no Dia de Natal. Aquele, cujo nascimento celebrávamos, mandou que amássemos os excluídos.
O presépio só era desarmado no Dia de Reis.
Eu sentia uma imensa tristeza quando ajudava a desfazer o presépio de Jesus. Aquele ato, que todo ano se repetia, marcava o término do Tempo de Natal.
Não vejo hoje o Cristo como o centro do Natal. Foi substituído pelo consumo, que é o novo deus.
          Quero comungar este Natal com todos os oprimidos do mundo, nas suas lutas de dor, de sangue e de vida e com todos os que me revelaram a face de Jesus, no decurso desta vida que já se aproxima da oitava hora.
Jesus Cristo foi um radical, um sublime radical.  Para atender seu chamado temos de ser como São Francisco de Assis.  Se nos falta coragem para tanto, compreendamos, pelo menos, que o rumo é esse, e recusemos as mistificações.
Eu comungo este Natal com os que, junto comigo, batalharam pela dignidade humana, proclamando o nome de Deus, e os que batalharam por essa mesma dignidade humana, recusando nos lábios o nome de Deus.
 Quero celebrar o nascimento de Cristo com companheiros dos mais diversos grupos e organizações que se esforçam para transformar radicalmente este país: centros de direitos humanos, comissões de “Justiça e Paz”, grupos de defesa de minorias e segmentos sociais marginalizados, grupos comprometidos com propostas de transformação social, comunidades eclesiais de base, grupos cristãos não católicos. 
          Espero ter vida para comungar muitos Natais com os que sofrem e com os que se solidarizam com os sofredores e injustiçados.  Quero comungar com todos estes não apenas o Dia de Natal, mas o cotidiano da existência, lutas e esperanças, projetos de sociedade, utopias. Sonhar o sonho impossível que a crença pode tornar sonho real.
 
João Baptista Herkenhoff é Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, Juiz de Direito aposentado e escritor.
 
É livre a divulgação deste artigo por qualquer meio ou veículo, inclusive através da transmissão de pessoa para pessoa.